Dizer NÃO!

Há uns anos atrás, quando ainda trabalhava numa farmácia, eu era um mau funcionário. Apesar de ocupar o cargo de diretor técnico com todas as tarefas e responsabilidades inerentes ao cargo, não vendia o suficiente. Fosse uma situação ligeira ou complicada, teria de vender 2 ou 3 produtos diferentes para atingir os objetivos de vendas da empresa, mesmo que a pessoa não precisasse ou que até tivesse algo em casa que pudesse utilizar, deixando para segundo plano as boas práticas de saúde que passam por atender as necessidades do utente.

Hoje em dia e depois de ter trocado de profissão, continuo com a mesma visão. Quando decidi abraçar as terapias holísticas, o intuito não era vender por vender, mas atender às necessidades individuais de cada um. Nem sempre as terapias são resposta para todos os males. Nem sempre é aconselhado fazer uma leitura de tarot ou um trabalho de equilíbrio com a mesa elemental. Cabe a mim o papel de orientar a pessoa quanto às suas necessidades. Fazer um atendimento por semana à mesma pessoa, pelo mesmo assunto, sem que a pessoa tenha feito o aconselhado ou tenha seguido as recomendações, não acrescenta qualquer valor ao serviço, apenas serve para encher os bolsos à custa duma necessidade nem sempre real.

Então é também o meu papel dizer NÃO. Não é altura de fazer novo atendimento de tarot ou não é altura de fazer nova sessão de mesa elemental, se não estiver preparada/o para ouvir o que tem de fazer e colocar isso em prática, ou se não fez nada do que foi aconselhado na última sessão. Explico e volto a explicar o porquê e torno a explicar se for necessário, que toda a cura começa em nós próprios e na nossa capacidade de enfrentar os problemas. Repetir consultas à espera que as coisas se resolvam sozinhas, além de contraproducente, é enganar-se a si e ser enganada/o por mim. Por isso não o faço, já tenho o meu karma, dispenso acumular mais.

Mais uma caixinha ou mais uma terapia não são soluções enquanto não percebermos que a cura está em nós.